
O primeiro passo para o filme se mostra bem intencionado, mas logo nos primeiros minutos já vemos
que o descuido com o roteiro neste que poderia ser um excelente recomeço para a franquia.
Aliás, este é só mais um reaproveitamento de uma das franquias mais clássicas do cinema de terror.
O original, que já completa quase quatro décadas de história, serviu como referência para muitos dos filmes do gênero que vieram depois dele, desde Halloween a Sexta Feira 13.

Mas voltando ao filme em questão, o final do filme original é reencenado e usado como introdução nesta nova parte.
O detalhe é que desta vez há muito mais membros na casa dos Sawyer do que no filme original, e mesmo se relevando esta parte, vêm mais falhas a seguir.
Com os crimes de Leatherface em seu conhecimento, os habitantes da localidade resolvem fazer justiça pelas próprias mãos, e mesmo tentando impedir a vingança, o Xerife local é ineficaz na função de impedir que a cada e todos os membros da família sejam mortos e queimados. Bem, não todos...
Enquanto que essa história toda acaba tornando os cidadãos locais em algo próximos de heróis, pelo ato de justiça, uma criança é encontrada e adotada por um casal, que estava participando do ato.
Como que por obra do destino, a criança crescida, Heather, acaba por trabalhar num açougue, cortando carne, para a vontade dos roteiristas, que apesar de serem quatro, não checaram os cálculos para perceberem que o bebê sobrevivente da família Sawyer deveria ter um pouco mais de 26 anos (idade real da atriz Alexandra Dadario), beirando, sim os 40.
A garota acaba por descobrir que é herdeira de uma mansão no Texas, e acaba por se decidir que vai ver do que se trata, mas não sem antes tirar a satisfação com seus pais adotivos que nunca haviam lhe contado nada a respeito da adoção.
Aí que veio outra parte que me incomodou bastante, foi o fato de que muito disso poderia ter sido evitado pelo simples fato de seus pais adotivos terem, antes dela partir, aberto o jogo e contado toda a história de sua família de sangue, o que não acontece. Com um casal de amigos e seu namorado, formam o quarteto clichê que vão acabar nas mãos daquele que supostamente havia morrido com a família: o seu primo Leatherface.
Salvo algumas perseguições e mortes o filme tenta com umas reviravoltas criar uma história colocando a mocinha em maus lencóis pelos dois lados, o seu parente da máscara de couro e dos principais responsáveis pela morte de sua família.
Em alguns momentos dá a impressão de que vários elementos foram jogados no roteiro para impressionar os espectadores quando estes fizessem a ligação entre eles, mas isso fez com que alguns fatos que poderiam ter sido inseridos de maneira bacana acabam por deixar o filme com um clima bem morno, desde a inserção de uma marca de nascença na personagem Heather e como isso acaba por salvar sua vida até em tentativas de justificar os atos do assassino da motosserra.
As atuações do filme não chegam a ser ruins, mas não acrescentam muito ao filme. De todos os atores, apenas a protagonista se destaca.
As cenas de morte são melhores do que os filmes anteriores, mas muito disso se deve à evolução da tecnologia empregada neste quesito do filme. Em contrapartida, o 3D usado no título quase não existe.
O modo em que Heather facilmente se converte de garota da cidade para vítima que perde seus amigos e para logo mais tarde decidir que aquele primo que mal conheceu e matou seus amigos é uma pessoa que merece seu apoio chega a ser quase ridículo.
Claro, ter sua família morta cruelmente por pessoas que ela acaba de conhecer, e outros que conhece até bem, como seus pais adotivos, pode deixar qualquer um com muita raiva, mas a ponto de ignorar o fato das vítimas que seus antepassados fizeram já me parece um pouco demais, a não ser que provem que isso está no sangue.
Inclusive essa premissa de vingança colocada a favor de Leatherface e uma cena pós créditos acaba com qualquer coerência para uma suposta continuação, ao meu ver.
Se for assistir o filme com a intenção de levar alguns sustinhos, sem compromisso com algo a mais até que é uma boa pedida. Caso contrário, passe longe.