Parece que todos tiveram, o protagonista, a família, os inimigos e claro, porque não, o público.
Os pingos nos ís.

Sem ser covarde nas decisões, Vince Gilligan, que criou a série, e dirigiu este episódio derradeiro fechou um ciclo com o que parece ser o mais esperado e óbvio: a redenção.
Heisenberg sempre existiu e esteve reprimido, ou foi apenas resultado das circunstancias adversas que cruzaram o caminho do pacato professor de química Walter White?
Talvez não haja uma resposta concreta, mas eu estive torcendo pelo Walter até o último momento.
Apesar de que pela primeira vez temos a confissão de que tudo aquilo que fomos apresentados, na verdade não era totalmente pela família, como sempre enunciava o seu discurso, e sim por si próprio.
Aliás, aquilo era o "Empire Business". E foi justamente no negócio do império que Walter conseguiu de maneira fria assegurar que o seu dinheiro chegaria nas mãos de sua família, ameaçando de maneira fria e num tom manso, porém não menos amedrontador por causa disso aos seus ex-sócios Elliot e Gretchen Schwartz, que foram capazes de, com o seu desdém, fazer com que nosso personagem esquecesse a ideia de se entregar pra polícia.
Temos um pequeno alívio cômico com a artimanha dos lasers e com os supostos dois melhores atiradores de Memphis se sentindo meio imorais por tudo aquilo. Walter sabe que o dinheiro acalma os nervos e faz as coisas parecerem menos imorais.
Heisenberg diz "Adeus"

Não há meio termo para aquele que bate a porta. Os fins justificam os meios eventualmente, mas se houve algo que Walter nunca quis foi a morte de Hank ou o desprezo da sua família.
Mesmo não houvendo uma maneira de conseguir o perdão, fica claro que o plano não é deixar pontas soltas. O mítico bilhete de loteria com as coordenadas onde antes estavam enterrados os barris de dinheiro e agora serviam como jazigo para seu cunhado e o agente Gomez.
Pela primeira vez Walter confessa de que tudo o que fez, no fim das contas, sob o discurso de que "é pela família" foi substituído aos poucos por "Fiz por mim, eu gostava, eu era bom. Eu estava vivo."
Mas o amor pela família está lá. "Antes de ir, posso vê-la?"
Comovente, a maneira que Walt vê seus filhos, mas eles não o vêem.
Redenção Final

Baseando-se em mentiras, o encontro com o grupo do tio Jack é marcado.
Com uma coragem que só alguém que não tem mais nada a perder pode possuir, Walter aperta na ferida do ego de Jack, chamando o mentiroso para trazer a cena Jesse.
Reunidos novamente, a Jesse está planejado algo maior do que ser um fabricante de metanfetamina trancafiado em cativeiro.
Na cena que quase me fez arrancar cabelos ao descobrir o que havia de tão importante no chaveiro do carro, posso apenas dizer que vibrei como em poucas vezes por causa de um seriado.
Ali finalizava-se a jornada de Walt. Não Jack, dinheiro não está mais em jogo aqui. Pow!
Para Jesse estava reservada a chance de vingança, por tudo que passou.
Mas Jesse toma suas decisões por conta própria, não mais manipulado pelo seu antigo professor e vai para longe daquele inferno. Lidia também descobre que Walter há matou.
No laboratório de metanfetamina, lugar onde Heisenberg nasceu, ele se vê no reflexo de um dos tanques, com sangue nas mãos, literalmente. Mas a partir daí, nada mais de sangue. Heisenberg nasceu num laboratório. Heisenberg morreu num laboratório.
Repito, acho que todos tivemos o que merecemos.
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