12 julho 2013

Nós Assistimos: Homem de Aço

Acompanhando o recente reboot que a DC fez em seu universo nos quadrinhos, em "O Homem de Aço" somos apresentados a um triunfante retorno do maior super herói de todos os tempos ao cinema.A figura icônica já foi eternizada no cinema nos filmes com Christopher Reeve, que deixaram seu legado, e em sua época revolucionaram da sua própria forma, a maneira de apresentar heróis ao público. Podemos seguramente dizer que o filme foi um divisor de águas, e que este abriu as portas da sétima arte a este seleto grupo de personagens poderosos e fantasiosos que até então pareciam só funcionar perfeitamente nos quadrinhos.
Mas em algum momento é preciso deixar o passado de lado e olhar para frente, e nesse aspecto, o Homem de Aço, de Zack Snyder fez bonito.
A necessidade de recontar a origem do personagem deu aos roteiristas a excelente oportunidade de fazer algumas modificações que foram muito felizes. Uma delas, principalmente em relação a como o povo de Krypton controlava geneticamente o que cada indivíduo de seu planeta se tornaria quando crescesse, o que deu ao vilão Zod uma honestidade em seu papel, fazendo com que até nós entendamos perfeitamente o porquê de seus atos.
Temos também uma Lois Lane mais crível e atenta, disposta a descobrir quem é o ser misterioso que anda pelo mundo a fora escondendo seus rastros e como raramente acontece, descobrindo a identidade secreta do herói.
Talvez seja agora a hora, inclusive de elogiar os atores, que estão todos muito bem em seus papéis. Henry Cavill certamente será a nova face do Super pelos próximos anos. Tem a cara meio quadrada e a  postura de herói que o personagem exige. O ator representa o conceito que a história pede, um ser solitário num mundo estranho, procurando o autoconhecimento e respostas.
Porém de todos as atuações, foram em duas cenas em especial que tive vontade de chorar. Cenas estas que envolvem Kevin Costner, como Jonathan Kent, pai adotivo de Kal-El. Assistindo, você saberá que cenas são essas.


Mas vale uma ressalva para quem está esperando assistir um grande filme de super herói: o filme mescla e flerta o tempo todo com a ficção científica, desde o prólogo, em que somos apresentados ao planeta natal de nosso personagem principal, onde já notamos uma avançada tecnologia em relação à terráquea, e podemos ver com clareza pela primeira vez, que apesar de se parecerem muito conosco, os kryptonianos são sim alienígenas.
Em breves momentos do filme, me lembrei de filmes tais como "Independence Day" e em vários outros de "Matrix".
Talvez Zack tenha procurado uma inspiração neste último, aliás. 
As cenas que o diretor conseguiu conceber para o longa são fantásticas. As batalhas, apesar de em alguns momentos parecerem em excesso, são bem coreografadas e captadas por uma câmera bem dinâmica, bem ao estilo videoclipe, do diretor.
O visual do filme não peca em momento algum, na minha opinião, mostrando uma nova cara para o Super-Homem, sem a tradicional cueca por cima das calças (abolida também do reboot, nos quadrinhos) e com um significado novo para o "S" da família El.
E são significados e simbologias que parecem não faltar para o filme. É possível traçar quase um paralelo do herói com a história de Cristo, começando pelo fato de que Jor-El envia seu único filho para nosso planeta, e segundo o próprio, "...ele (Kal-El/Clark Kent) será um deus para eles (os humanos)", e por exemplo o fato de que a idade do herói, 33 anos. O sacrifício que Kal está disposto a fazer também poderia facilmente ser usado nessa comparação, fora o fato também de vermos um Clark Kent barbudo, quase à imagem representada comumente como a de Jesus.

Na minha opinião um dos poucos deslizes que a trama comete é ser rasa no seu epílogo, mas mesmo assim já deixa brechas abertas para as já praticamente certas continuações.
E assim, saímos da sala de cinema não só voltando a acreditar que o homem pode voar, mas mais do que nunca, querendo voar por nós mesmos.

Camisetas em homenagem ao "Homem de Aço"